♥ A Pita da Vizinha: A verdadeira Jessica Rabbit, the real Jessica Rabbit...

«Quem f?deu o Coelho Rogério?»
(nome do filme na versão brasileira)

Lembram-se do filme "Quem tramou Roger Rabbit?"
Era apenas uma criança quando vi esse filme pela primeira vez.
E nesse filme, ver um desenho animado de uma mulher ruiva, de lábios vermelhos, quase sempre com um olho tapado pela franja? Com um valente par de mamas, ela mexia-se de forma sinuosa, e usava um provocante vestido vermelho... Ui! Eu era garoto mas aquilo mexia comigo. Era uma indumentária altamente provocadora,
sem alsas e de tão decotada inclusivé até ao fundo das costas, de tal modo que quase que dava para ver o "porta-lápis" mas de modo um tanto sexy.

"A menina tem licença de porte-de-arma,
para andar assim artilhada?"

Descobri a verdadeira Jessica Rabbit, cujo nome artístico era Vicki Dougan, uma mulher nos anos 50 que terá servido de inspiração para a famosa boneca desse filme. E que se tornou um ícone para tantas sessões fotográficas e cosplays desde então. Embora a actriz Veronica Lake seja tida como a musa por detrás da Jessica Rabbit, na realidade terá sido as "costas" da menos famosa Vicki Dougan (nome artístico de Edith Tooker) que contribuiu para dar enfâse á personagem animada que interagia com actores de carne-e-osso.

"A Barbie ao pé de mim,é apenas
uma boneca! Coitada!..."

Nos anos 50, a Pin-Up Vicki Dougan, lutava pela carreira de actriz em Hollywood e começou a ser conhecida como "The Back" - alcunha que lhe fora atribuída devido ao facto de quase sempre usar vestidos pretos, justos ao corpo, e com as costas totalmente expostas, quase até ao rêgo do cu - o que era um bastante atrevido e até imoral, para a mentalidade da época, ou seja, para algumas pessoas era um escândalo.

A maneira como ela se vestia era um golpe de Marketing incentivado pelo jornalista/marketeer Milton Weiss, para impulsionar a sua carreira como actriz.

Onde ela passasse, toda a gente ficava a olhar e de tal forma pasmados que, nas festas sociais os fotógrafos acabavam sempre á volta dela, a fotografá-la, principalmente de costas. E a sensação era tanta que quando ela saía de uma festa, toda a gente ficava a vê-la ir-se embora. E ficou famosa...

"Ai, se eu fosse como tu hà 50 anos atrás!
Punha este cu a render, e a render bem!"

"Deixa-me esconder o porta-lápis!
Senão ainda metem aqui
alguma coisa falóide..."

Vicki Dougan, the Back, the real Jessica Rabbit

Mas houve uma vez que ela foi expulsa de uma dessas festas logo no início da mesma, por chamar demasiada atenção a si com a roupa que usava. Alguém ser convidado para uma festa de aniversário de uma personalidade famosa da cidade e no fim de contas, ter todos os olhos estarem postos em si e não no anfitrião da festa, era uma autêntica afronta. (tal como nos dias de hoje)
-Claro que nenhum aniversariante da alta sociedade iria ficar contente com isso. E naturalmente, o acontecimento foi digno de notícia nos jornais de Hollywood.

Vicki Dougan in Playboy Magazine

Em 1957, Vicki Dougan posou para a revista Playboy. Isto gerou durante muito tempo, uma sucessiva manifestação de sentimentos de amor-ódio no público. Muitas vezes ela era motivo de paródia, sátira, e especulação nas colunas sociais dos jornais da epóca.

Por volta de 1959, a atrevida Pin-Up desapareceu da boca do povo e de Hollywood por não conseguir arranjar trabalho - tal como muitas outras personalidades extravagantes que tentaram entrar no mundo do espectáculo através da sua irreverência ou excentricidade.

Vicki Dougan, the real Jessica Rabbit

E assim foi até 1988, quando os estúdios da Disney e da Touchstone Pictures lançaram o filme "Quem Tramou Roger Rabbit?" (Who Framed Roger Rabbit?)
Ironicamente, pouco reconhecimento foi dado à verdadeira musa que inspirou a Jessica Rabbit mas o seu estilo e carisma tornaram-se um ícone para sempre, bem ao estilo de Marylin Monroe.

Tal como Vicky, cuja imagem tinha sido "criada" com o intuito de promover a sua imagem e retirar partido disso em proveito da própria carreira, o desenho animado Jessica Rabbit, diz no filme:

"Eu não sou má! Só fui desenhada com grandes bazucas, bebé!"

"Eu não sou má! Apenas fui desenhada assim."
-Ironicamente, fora do contexto do filme, este é o tipo de mentalidade mais levado a cabo pela juventude feminina dos nossos dias. As raparigas vitimizam-se e acham que nunca têm culpa das asneiras maliciosas que cometem. Mas a diferença entre os dois casos é que o primeiro é um desenho animado, é algo irreal e pré-formatado; ao passo que uma mulher só é má por egoísmo e sem necessidade alguma, se quiser.